O
policial federal Newton Ishii, chamado de Japonês da Federal e que
ficou conhecido durante a Operação Lava Jato, foi preso na terça-feira
(7) em Curitiba. O mandado foi expedido pela Vara de Execução Penal da
Justiça Federal,em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Ele está detido na
Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense. De acordo
com o advogado do agente, Oswaldo de Mello Junior, Ishii foi condenado a
quatro anos e dois meses, em 2003, em virtude da Operação Sucuri, que
descobriu envolvimento de agentes na entrada de contrabando no país. As
investigações mostraram que os agentes facilitavam a entrada de
contrabando no país, pela fronteira com o Paraguai, em Foz do Iguaçu, no
oeste do Paraná. O caso tramita sob segredo de Justiça. "O Superior
Tribunal de Justiça (STJ) denegou um recurso que nós tínhamos recorrido
na semana passada sobre a condenação em Foz. Ao saber da expedição do
mandado de prisão, meu cliente foi avisado e imediatamente se apresentou
em Curitiba", disse o advogado. Oswaldo afirmou ainda que Newton já
cumpriu quatro meses da pena e que isso será descontado da condenação
total. Segundo ele, a prisão será cumprida em regime semiaberto. Nome
citado na Lava Jato O nome de Newton Ishii foi citado em meio à Operação
Lava Jato na gravação que levou à prisão o senador Delcídio Amaral, em
Brasília. No áudio, o senador fazia tratativas com o chefe de gabinete
dele, Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro e o filho do ex-diretor
da Petrobras Nestor Cerveró, Bernardo, buscando um plano de fuga para
Cerveró, que estava preso na carceragem da PF em Curitiba. O agente é
citado durante a conversa quando o grupo discute quem estaria vazando
informações para revistas. Delcídio se refere a um policial como
"japonês bonzinho", que seria o responsável pela carceragem da PF, em
Curitiba. A Polícia Federal disse, na ocasião, que iria apurar se o nome
citado na conversa era o do agente. Com a deflagração da Operação Lava
Jato, o agente passou a ser conhecido em todo o Brasil. A cada fase da
operação nestes mais de dois anos, Newton Ishii aparecia ao lado
empreiteiros, operadores financeiros, políticos e funcionários públicos
que eram presos. A fama se expandiu pelo Brasil se tornando, inclusive,
tema da marchinha da carnaval. (G1)
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