Foto: Agência Brasil
Em parte da sua explanação sobre o histórico que resultou em
seu afastamento e na aprovação de sua cassação pelo Conselho de Ética
da Câmara, o presidente afastado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), direcionou
suas críticas ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Citando
seu pedido de prisão, Cunha apontou que a menção ao ato da mesa que
manteve as prerrogativas de seu cargo não é válida para subsidiar a
prisão. “O ato da mesa é meu? Fui eu quem fiz o ato? Isso é uma afronta a
quem entende de direito”, defendeu. Sobre a manutenção de direitos, o
peemedebista exemplificou com o item segurança pessoal, oferecido a
qualquer deputado em caso de “ameaça concreta”. O parlamentar disse ser
hostilizado por “petistas e aqueles que perderam suas boquinhas por aí” e
receber “ameaças de morte” e “telefonemas anônimos” desde que coordenou
o trâmite do processo que pedia a abertura do impeachment. “Só que eu
não fico fazendo drama com as ameaças, nem as temo”, disse. Sobre
supostas nomeações feitas por ele ao governo interino de Michel Temer,
também apontadas por Janot, ele nega ter feito indicações. “É tão
absurdo? Eu poderia ter nomeado, não é problema, é caso de pedido de
prisão nomear? Mas eu não nomeei ninguém”, declarou, ressaltando que o
procurador cita nominalmente o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes,
que já prestou a Cunha serviços de advogado. “Quem me apresentou
[Moraes] foi o próprio presidente Michel Temer”. Outro argumento da PGR é
uma entrevista em que ele contou que pretendia continuar despachando em
seu gabinete pessoal. “Ele não esperou nem eu ir para dizer que estava
descumprindo”, afirmou ele, dizendo ser um argumento “ridículo” para o
pedido de prisão. Cunha se disse “cercado” de seu direito de defesa e
destacou que, neste sentido, questionou o STF sobre a possibilidade, mas
ainda não obteve resposta sobre seu “direito de ir e vir”.
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